Sobre o processo de flexibilização do trabalho
Os anos 80 podem ser considerados a "década das inovações capitalistas", da
flexibilização da produção, da "especialização flexível", da desconcentração industrial,
dos novos padrões de gestão da força de trabalho. [...]... e programas de Qualidade
Total, da racionalização da produção, de uma nova divisão internacional do trabalho e
de uma nova etapa da internacionalização do capital. [...]. Na verdade, foi a década de
impulso da acumulação flexível, do novo complexo de reestruturação produtiva, cujo
"momento predominante" é o Toyotismo. ( Alves, Giovanni, 1999, p.78 ).
A sociedade atual vem se caracterizando pelas rápidas transformações nas suas
estruturas econômicas e conseqüentemente nas estruturas sociais, isso resultado de
gigantescas inovações tecnológicas, assimiladas pelos meios de produção e por todos os
que fazem parte desse meio.
O capitalismo vem sendo remodelado e com isso transformando a forma de organização
do trabalho, provocando constantes mudanças no mundo do trabalho. Na composição do
mundo do trabalho muitas dinâmicas aparecem: a tecnologia, profissionais
especializados, extinção e surgimento de novas funções, globalização, produção em
rede, informatização, terceirização, controle de produção e de qualidade, dentre outros
que são características da chamada produção flexível.
Fonte: TOMALACK, Salete. Relações de trabalho. Portal Educacional do Estado do Paraná
Organização de estudo complementar: Assista o vídeo abaixo e responda as questões que se seguem. Para um estudo mais abrangente, leia a entrevista de Ricardo Antunes, estudioso do mundo do trabalho que destaca a nova morfologia do mundo do trabalho (link aqui).
1. (Enem 2014) A introdução da organização científica taylorista do trabalho e sua fusão com o fordismo acabaram por representar a forma mais avançada da racionalização capitalista do processo de trabalho ao longo de várias décadas do século XX.
ANTUNES. R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009 (adaptado).
O objetivo desse modelo de organização do trabalho é o alcance da eficiência máxima no processo produtivo industrial que, para tanto,
a) adota estruturas de produção horizontalizadas, privilegiando as terceirizações.
b) requer trabalhadores qualificados, polivalentes e aptos para as oscilações da demanda.
c) procede à produção em pequena escala, mantendo os estoques baixos e a demanda crescente.
d) decompõe a produção em tarefas fragmentadas e repetitivas, complementares na construção do
produto.
e) outorga aos trabalhadores a extensão da jornada de trabalho para que eles definam o ritmo de execução de suas tarefas.
2. (Uem 2012) Sobre o modelo fordista-taylorista de organização do trabalho, que prevaleceu na maioria dos países capitalistas durante o século XX, assinale o que for correto.
01) O taylorismo buscava aumentar a produtividade do trabalho por meio do controle das atividades dos trabalhadores e do parcelamento
das tarefas.
02) A transferência do “saber fazer” do chão da fábrica para os setores de gerência era a
principal meta do modelo administrativo proposto por Frederick Taylor.
04) São características fundamentais do fordismo a mecanização de etapas do processo produtivo fabril
e a incorporação da linha de montagem.
08) Os trabalhadores fabris, sem alternativa viável, aceitaram a monotonia, o estresse e a falta de autonomia trazidos pela
adoção do modelo fordista-taylorista.
16) O modelo fordista-taylorista tinha como objetivo a produção em pequena escala de produtos diversificados para
um mercado consumidor exigente.
3. (Unicentro 2011) Assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) nas afirmativas a seguir referentes aos estudos sobre o tema trabalho e vida econômica.
( ) O fordismo visa à mecanização e, portanto, ao aumento da produtividade do trabalho.
( ) A esteira transportadora que fixa o trabalhador em seu posto, diminuindo a sua autonomia e iniciativa, é uma característica do fordismo.
( ) O ritmo do trabalho, no fordismo, deixa de se ditado pela gerência e passa a ser controlado pelos operários.
( ) O industrialista Henry Ford emprestou de Taylor a ideia de que a produção de massa exige mercados em massa.
A sequência correta encontrada, de cima para baixo, é a
a) V V F F
b) V V V F
c) V F F V
d) F F V V
e) F V V V
Gabarito:
Resposta da questão 1: [D]
A alternativa [D] é a mais correta. No início do século XX, a racionalização da produção em larga escala levou
à criação de uma modelo de trabalho altamente fragmentado, em que os trabalhadores executavam atividades repetitivas dentro de uma cadeia de produção. Isso, no período, contribuiu
para um grande aumento da produção e consequente lucro das empresas, sempre vinculados à exploração da mão de obra fabril.
Resposta da questão 2: 01 + 02 + 04 = 07.
As afirmativas [08] e [16] são incorretas. O modelo fordista-taylorista corresponde a uma forma de produção que imperou, sobretudo, na primeira
metade do século XX e tinha como objetivo a redução dos custos de produção e o aumento da produtividade. Para tanto, ele aumentava a divisão do trabalho e o controle das atividades
dos trabalhadores, com a grande utilização de máquinas e linhas de montagem. Vale ressaltar que os trabalhadores não aceitaram, de modo pacífico, a imposição desse modelo. Muitas
greves e contestações ocorreram nesse período, estimuladas pelas precárias condições de trabalho e pela excessiva exploração dos trabalhadores.
Resposta da questão 3: [A]
Somente as duas primeiras afirmativas são verdadeiras. O modelo fordista-taylorista de produção visava a uma maior produtividade na fábrica
com a diminuição dos custos de produção e maior eficiência do trabalho. Para isso, foi criada uma linha de produção (baseada na esteira) e dividiu-se o trabalho entre intelectual
e manual.
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